TRINCOS TRANCAS

“...a casa é nosso canto no mundo.” (Bachelard,G. A Poética do Espaço)

Os trincos das portas de casas da cidade ,objetos que podem nos dar passagem para um local onde “lembranças são guardadas” e o tempo pode permanecer retido nos devaneios da memória, servem como fonte de imagens para este trabalho.

São retratados trincos de moradias da cidade de Pelotas, cuja história teima em resistir a especulação imobiliária.

As imagens possuem uma sequencia que são apresentadas em um conjunto de oito trabalhos. Os desenhos são realizados em pastel seco em papel cinza. Nos quatro primeiros, a intenção é valorizar a textura do material e as cores tendem imprimir uma certa austeridade. As formas adornadas dos objetos remetem a uma memória dos tempos áureos de uma época da historia da região.

Um quinto desenho, mostra um trinco com formato mais simples e serve como transição para os dois próximos desenhos que mostram os objetos pintados juntos com o seu entorno. Desta forma o espectador pode permitir-se indagar : será que cuidamos do que é nosso?

E o último desenho que é um portão com uma corrente e um cadeado.

Desta forma simples, busco mostrar a passagem do tempo e a relação do homem com os valores do espaço habitado : a casa, “nosso primeiro Universo”, e consequentemente com a sua cidade.

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